A PONTA DO ICEBERG

Saturday, March 12, 2005

Memorias do bairro

"Há os que escrevem para procurar os aplausos humanos, por meio de nobres qualidades que a imaginação inventa ou que até podem ter.Eu não, uso o meu génio para pintar as delícias da crueldade!Delícias que não são passageiras, artificiais, mas que começaram com o homem e com ele acabarão. Não poderá o génio aliar-se á crueldade nas secretas resoluções da Providência? Ou não poderá ter génio quem é cruel?"
Quero desde jé pedir desculpa por começar quase todos os posts com citações, mas, que fazer quando as palavras que vêmos escritas são aquelas que gostaríamos de ter escrito?
Ás vezes, quando estou aqui na Buraca, a jogar xadrez com com os meu grupo de amigos, em amenas tertúlias tardias, degustando anís escarchado, um bom SG Gigante "gran Corona", com o Hélder Kúduro a bombar nos speakers do Uno cabrio do Catalazamba e me lembro dos meus bros, uma lágrima singela escorre pelo meu rosto, e um pensamento começa lentamente a ecoar na minha cabeça: Chiça, que cambada de mariconços!!!!
Espero que esta pequena e imbecil provocação seja catalizadora de uma devastadora chuva de impropérios, e que o mar vermelho se divida em dois para que passem os ofendidos, e que se volte a unir encerrando-os para sempre nas tormentas do mar profundo, ou qualquer coisa do género, até porque isto é só a ponta do iceberg!!

Tyrone, grande mestre da prosa do ghetto.

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